O efeito de ancoragem – a assimilação de um julgamento a um standard numérico – tem sido atribuído à elevada acessibilidade da informação sobre o alvo consistente com a âncora no momento do julgamento absoluto sobre o alvo. A hipótese de acessibilidade selectiva postula que a activação dessa informação consistente com a âncora se faz por de teste-de-hipótese confirmatório de que o alvo é igual à âncora (Strack & Mussweiler, 1997). No entanto, é aqui proposto que a teoria da activação/monitorização (ex. Roediger & McDermott, 1995) também explica esse fenómeno de activação e acessibilidade através de um processo de recuperação por pistas compósitas que incorporam alvo+âncora, propondo, ainda que a monitorização dessa activação permite uma correcção parcial do enviesamento. É proposta uma metodologia que permite contrastar estas duas teorias, levando os sujeitos a responder às duas perguntas do paradigma em condições de pressão temporal. Assim, a teoria da activação/monitorização prevê um aumento do efeito de ancoragem, uma vez que a monitorização seria afectada pela pressão temporal, e a hipótese de acessibilidade selectiva prevê uma diminuição do efeito de ancoragem, uma vez que a pressão temporal afecta o teste-de-hipótese confirmatório de que o alvo é igual à âncora. O efeito obtido nessa manipulação será comparado a uma replicação do estudo 3 de Mussweiler e Strack (1999), que mostrou ancoragens idênticas numa condição sem pressão temporal e numa condição de pressão temporal apenas na pergunta comparativa. Espera-se deste modo contrastar as duas teorias, recolhendo evidências dos processos de correcção que apoiem a teoria da activação/monitorização e refutem a hipótese de acessibilidade selectiva enquanto explicação do efeito de ancoragem.
Palavras-chave: ancoragem, hipótese de acessibilidade selectiva, teoria da activação/monitorização; pressão temporal, monitorização.
Sem comentários:
Enviar um comentário